Praga

Minha viagem pelo Leste Europeu começou em Praga, a capital da República Tcheca. De uns anos pra cá eu estava com o sonho de conhecer a cidade, não sei se foi por causa de um livro em que li e a história se passava lá. Um dia até falei pro meu irmão que queria conhecer a Tchecoslováquia e ele me mandou voltar uns anos pois não existia mais, agora (desde 1993) eram dois países: República Tcheca e Eslováquia, e agora posso dizer que fui nos dois lugares!

Não sei se eu criei tantas expectativas que no final fiquei um pouco decepcionada. A cidade é linda, isso é fato, e os preços são ótimos por lá, mas achei as pessoas um pouco (muito) sem educação e muito estressadas, vi até uma bela batida de carro, eles andam como doidos pela rua. Também tem muitos pedintes pelas ruas, eles ficam de joelhos, testa encostada no chçao e as mãos esticadas para pedir dinheiro, é triste de se ver. Resumindo, eu adorei a cidade, mas não amei.

Cheguei à Praga pela estação Praha Hlavní Nádraží, bem próxima ao centro de Praga. Fui de trem, saindo de Berlim. Foi uma viagem de cerca de 4h30, o ticket custou 24,90€, um pouquinho caro, mas foi boa a experiência de viajar de trem, as cabines tem tomadas e as poltronas são bem confortáveis. A viagem é super tranquila, com um pouco de chuva e também sol pelo caminho. Meu único problema foi chegando em Dresden na Alemanha, em uma das paradas do trem. Eu me distrai com a chegada, a cidade era tão bonitinha e fiquei pensando quhe devia voltar lá um dia, enfim, não prestei atenção ao que foi falado e todas as pessoas da minha cabine começaram a sair, olhei pela janela e muita gente estava descendo. Eu perguntei pra alemã da minha cabine se esse trem ia mesmo para Praga e ela simplesmente deu de ombros. Fiquei bem irritada, ninguém sabia me dar informações! Comecei correr pelo vagão e todas as cabines estavam vazias, fiquei desesperada. Desci do trem, mesmo com a minha mochila lá dentro e procurei alguem que trabalhasse lá, não encontrei. Entrei em outro vagão e comecei perguntar se o trem ia para Praga, por sorte as mulheres que checam os bilhetes estavam lá e me confirmaram que sim. Pude enfim voltar para a minha cabine e seguir viagem em paz até Praga.

Cheguei na cidade por volta das 19h30 e por sorte estava escurecendo só depois das 20h pois antes de ir para o hostel 1Bed4U, eu deveria passar em outro endereço para retirar a chave, a recepção do hostel não funciona 24h, infelizmente. Um dia antes da viagem eles me passaram todas as indicações e senhas para eu acessar um prédio e pegar a chave em uma  caixa, que após digitar um código, a chave saía. De lá para o hostel foi bem perto. A estação também não ficava longe. O hostel possui cozinha, um banheiro e um lavabo, e uma sala com mesas e cadeiras, era tipo um apartamento com dois quartos onde fiquei, sendo um quarto misto e o meu era o feminino com duas beliches e uma cama de solteiro. Ao lado tinha outro apartamento que também pertencia ao hostel. No andar de cima ficava a recepção. Nesse prédio tinham outras empresas também, o ruim é que os quartos ficavam no 4° andar e não tinha elevador. Mas era perto do centro e o preço também era bom, 27€ por 3 diárias. Também é possível economizar bem em comida utilizando a cozinha, e havia um Tesco umas ruas depois do prédio.

Na minha primeir noite estava no meu quarto e ouvi pessoas falando em português do lado de fora e fui ver, conheci duas meninas do Rio Grande do Sul muito legais que além de me guiarem pela cidade no dia seguinte ainda dividiram o jantar delas comigo.

No dia seguinte saímos em direção ao famoso Relógio Astronômico na praça principal da cidade velha (Staroměstské náměstí), passando pelo Národní muzeum, o Museu Nacional de Praga que infelizmente a fachada estava em reforma, e Václavské náměstí (Praça Venceslau).

 

Não chegamos a tempo de ver o relógio “ganhar vida”, o que acontece das 8h as 20h, de 1 em 1h, ouvimos de longe, mas no dia seguinte eu cheguei exatamente na hora e foi sensacional! As janelinhas se abrem e ficam passando “bonequinhos” por ela, além dos de fora também se movimentarem.

Atravessamos o Rio Vltava (Moldava) pela ponte Mánesův Most, passando em frente ao Rudolfinum, sede da Orquestra Filarmônica de Praga.

Caminhando por Malá Strana um homem nos entregou um panfleto de um restaurante. Confesso que se tivesse sozinha nem teria ligado, afinal quem me conhece sabe que sou insuportável chata com comida, mas as meninas quiseram ir conhecer e a comida foi muito boa! O atendimento inicial no restaurante foi péssimo, o garçom disse que estava cheio, mesmo tendo mesas no fundo e disse que deveríamos ir embora, nessa hora chega o homem simpático do planfleto  e eles começam a falar em techeco até que o omem do planfleto pediu para aguardarmos um pouco e pronto, tinha uma mesa pra gente! O garçom ficou de cara feia e não nos atendeu. Todo o atendimento foi feito pelo homem do panfleto, menos na hora de receber que o garçom apareceu sorridente. Vai entender. Comemos a sopa no pão, eu pedi a de batata pois não tive coragem de provar a famosa de Goulash.

Após o almoço subimos na Malostranská mostecká věž, a Lesser Town Bridge Tower, acima da Charles Bridge (Karlův most). É super barato, não me lembro o preço agora mas por lá é tudo baratinho. Por falar em dinheiro, eu cheguei na cidade apenas com Euro e troquei em uma lojinha. Em praga existem muitos comércios onde trocam euro por coroas tchecas (CZK) sem taxas, você verá informando 0% bem grande. Algumas casas de câmbio possuem taxas.

Voltando à Torre, a vista de lá de cima é bem legal, você consegue ver a cidade em 360°, vale a pena.

Atravessamos de volta pra Staré Město pela Charles Bridge e seguimos para Tančící dům, a Casa Dançante (Dancing House) em Nové Město.

Seguindo pela rua da Casa dançante, chegávamos no hostel, então passamos no mercados, fizemos um lanche em casa e quando anoiteceu fomos ver a iluminação de Praga. Como estava tarde, fomos e voltamos de metrô. O metrô é super baratinho, 32Kč, mais ou menos 1,23€ (barato em euro, pra real fica tudo caro).

No dia seguinte eu já estava sozinha por lá, era meu último dia então fui para o Castelo de Praga (Pražský hrad). Tinham falado que a subida até lá era cansativa, mas até que não foi tanto, esperava que fosse pior. Fui andando do hostel para lá, aproveitando para apreciar mais uma vez o centro histórico. A praça antiga estava super animada com música e várias barraquinhas. Minha bolsa arrebentou no caminho e não teve jeito, com muita dor no coração joguei ela fora depois de comprar outra que por sorte foi só 4€.

 

Na subida para o castelo me deparei com o famoso doce típico, o Trdlo. Não provei pois pensei que fosse só com canela, descobri que podia usar açúcar no lugar. Uma pena, era muito bonito, eu devia ter experimentado. Mas tomei o suco natural Amazon, com morango, kiwi e manga.

Continuando para o castelo… chegando lá geralmente tem fila, é apenas para passar pelo detector de metais e revista, a entrada é gratuita para o complexo e para os jardins. É cobrando apenas para entrar na Catedral, nos palácios e museus.

Olhando de longe pensamos que as torres da Catedral de São Vito que é o Castelo de Praga, mas na verdade o Castelo de Praga é um conjunto de edifícios e palácios, então não se decepcione em não achar um castelo tipo com cara de castelo mesmo. Os jardins (Zahrada Na valech) são lindos e a vista da cidade maravilhosa. Temos o Matyášova brána, Matthias Gate, que é onde fica uma entrada, eu consegui entrar antes pelo jardim, mas sem querer acabei saindo e tive que pegar uma fila para passar de novo pelos portões e pela revista novamente.

Temos também a Catedral de São Vito, Katedrála Sv. Víta, que é muito bonita, acho que foi a parte que mais gostei do complexo. Existem vários tipos de ingressos, uns te dão acesso a tudo, outros a alguns lugares selecionados. O ingresso que comprei foi o suficiente, paguei equivalente a 5€ na tarifa de estudante (Sim! Lá aceitavam minha carteirinha da Irlanda) e pude acessar 4 prédios. Entrei na Catedral, no Old Royal Palace (Starý královský palác), St. George’s Basilica (Bazilika svatého Jiří) e Goldenes Gässchen, a Viela Dourada, onde tinha um museu com roupas de época, armas e instrumentos de tortura. Nessa rua, no número 22 foi onde morou Franz Kafka.

No dia seguinte pela manhã, saí cedo do hostel e fui a pé para a Rodoviária Florenc, que era um pouco mais longe do que imaginava, mas consegui chegar a tempo de pegar o ônibus para o próximo destino: Viena, capital da Áustria, onde conto detalhes no próximo post. Viena fica a aproximadamente 4h de Praga. O bilhete custou 11,29€, metade do preço do bilhete de trem de Berlim para Praga. O ônibus é super confortável, tem bebidas como café, chocolate quente e capuccino grátis, além de wi-fi e poltronas com telas individuais. O entretenimento parece até de avião. O ticket eu comprei pelo site da Student Agency, que agora está super moderno, quando comprei era um pouco estranho, mas é super confiável.

Infelizmente eu não visitei o Cemitério e o Bairro Judeu, só fiquei do lado de fora, mas hoje me arrependo, afinal, eu não sei quando voltarei.